
No último dia 19, o deputado estadual Valdir Barranco (PT) protocolou o requerimento nº 137/2025, convocando a reitora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Vera Maquêa, e o secretário de Estado de Educação (Seduc), Alan Porto, para prestarem esclarecimentos sobre a exclusão da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) do Conselho Estadual de Educação (CEE).
A decisão de retirar as entidades estudantis do Conselho gerou críticas de organizações do setor, que classificam a medida como arbitrária e motivada por interesses políticos. Além disso, questiona-se o papel da Unemat no processo, levantando suspeitas sobre uma possível interferência na autonomia do movimento estudantil.
A UNE, com mais de 80 anos de história, é a principal entidade representativa dos universitários brasileiros. Quando ocupava uma cadeira no CEE, representava os estudantes de universidades estaduais, federais e particulares. Para o deputado Barranco, a ausência da UNE e da UBES pode ter impactos diretos na formulação de políticas públicas educacionais no estado.
“A exclusão da UNE e da UBES do CEE pode comprometer a construção de uma educação mais inclusiva e democrática. Sem a participação dessas entidades, decisões podem ser tomadas sem considerar a realidade dos estudantes, o que prejudica avanços na qualidade do ensino, no acesso à educação e na defesa dos direitos estudantis”, afirmou Barranco.
A convocação do presidente do Conselho Estadual de Educação, Gelson Menegatti Filho, além da reitora da Unemat, Vera Maquéa, e do secretário estadual de Educação, Alan Porto, está marcada para o dia 1º de abril de 2025, às 16h, na Sala de Reuniões das Comissões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

Estudantes de Tangará da Serra criticam decisão
A exclusão da UNE e da UBES do Conselho também gerou repercussão entre os estudantes da Unemat em Tangará da Serra, que questionam a falta de uma representação verdadeiramente escolhida pelos alunos.
A acadêmica Isabela Vieira manifesta preocupação com a escolha dos novos representantes.
“Se a reitoria indicou os estudantes que vão ocupar essa vaga, é provável que eles representem mais a visão da administração do que a dos próprios alunos. Isso é muito prejudicial, porque quem deveria estar no Conselho é quem sente na pele os problemas da educação”, afirma.
Caso a Unemat e a Seduc não apresentem justificativas satisfatórias para a exclusão das entidades estudantis, Barranco afirmou que tomará medidas mais enérgicas para garantir a transparência do processo. Entre as ações possíveis estão a convocação de audiências públicas, a mobilização de entidades estudantis e o acionamento do Ministério Público para investigar possíveis irregularidades.
Nós procuramos a Unemat, mas, até o fechamento desta reportagem, a universidade não respondeu às nossas tentativas de contato. O espaço continua aberto.
Repórteres: Maria Eduarda Barreto e Ítallo Custodio / Edição Por: Willian Matheus