Diferente dos grandes clubes de futebol no Brasil, a realidade dos jogadores de times menores não é igual àquela vivida pelas estrelas da Série A. Muitos desses atletas precisam conciliar a carreira no futebol com empregos fora do campo, enfrentando uma dupla jornada para garantir o sustento de suas famílias. Apesar disso, o amor pelo esporte e a determinação de seguir em frente são combustíveis que mantêm muitos jogadores em busca de suas metas. Para alguns atletas da equipe do Cáceres Tangará, essa dedicação é o principal motivo para persistir e alcançar o sucesso no futebol. Mesmo enfrentando treinamentos intensos, viagens longas e condições limitadas, muitos jogadores seguem firmes em busca de melhores oportunidades no esporte. Porém, as dificuldades financeiras tornam o caminho mais difícil, levando muitos a repensar seus objetivos no futebol.
A equipe do Cáceres Tangará foi fundada em 2021, e até o ano passado ainda disputava a segunda divisão do campeonato mato-grossense. A grande maioria dos seus atletas precisam conciliar vida pessoal, treinos, campeonatos, e emprego para garantir o sustento. De acordo com o secretário de Esportes, Luciano da Silva Gois, Tangará da Serra conta com políticas públicas voltadas para o incentivo ao futebol. A Secretaria de Esportes conta com um orçamento destinado a custear eventos esportivos e competições amadoras, promovendo a prática esportiva e fortalecendo o envolvimento da comunidade.
A dupla jornada de Luiz Henrique
Luiz Henrique, de 22 anos, é lateral-direito no Cáceres Tangará. Durante o dia, trabalha no setor de compras da Lorenzetti, uma empresa de materiais de construção da cidade. E ainda assim, veste o uniforme do time e não falta nos treinos e campeonatos.
“Meu pai e minha mãe sempre falaram para eu fazer o que eu gostava, e sempre me apoiaram nas decisões que eu tomei”

Esses jogadores enfrentam uma rotina cansativa, a desigualdade salarial no futebol é muito grande, enquanto alguns jogadores ganham milhões, outros recebem salários muito baixos. Isso acontece porque, enquanto os grandes clubes movimentam bilhões, os menores lidam com orçamentos apertados, patrocínios escassos e pouca visibilidade. Nessa desigualdade, o sonho de ser jogador de futebol vira, para muitos, uma jornada de persistência e determinação.
O desafio de equilibrar trabalho e futebol
Kaique Henrique, de 29 anos, também enfrenta uma rotina pesada. Ele é volante no time e, além de jogar, é empreendedor. Dono de um lava jato no centro da cidade, Kaique passa o dia gerenciando o negócio e lavando carros, enquanto se preocupa com a responsabilidade de administrar bem o seu negócio e ser um bom jogador.


Mesmo assim, ele não pensa em desistir e acredita que é possível crescer no esporte.

“procurar fazer as duas coisas bem, é a maior dificuldade, procurar manter a qualidade aqui no meu serviço e lá no campo também”
As histórias de Luiz Henrique e Kaique Henrique mostram o quanto a vida de jogadores de clubes pequenos é cheia de desafios. Eles não têm os altos salários nem a fama dos grandes jogadores. Precisam trabalhar duro fora do futebol para pagar as contas e, mesmo assim, continuam no esporte porque é o que gostam de fazer.
Esses jogadores mostram o lado pouco visto do futebol no Brasil. Enquanto uns brilham nos grandes estádios, muitos lutam para seguir no esporte, sem muitos holofotes e com grandes desafios.
Redação: Eduarda Marques, Joshua Silva
Edição: Eduarda Marques
Imagens: Eduarda Marques, Joshua Silva