Incêndios devastam a fauna e flora em Tangará da Serra

Queimadas em Tangará da Serra causam impactos ambientais e ameaçam saúde pública.

As queimadas que atingem a região de Tangará da Serra têm causado danos significativos ao meio ambiente e à saúde da população. Além de liberar gases poluentes que agravam doenças respiratórias, esses incêndios devastam a fauna e flora locais com efeitos que podem ser sentidos globalmente, conforme explicam especialistas.

Impactos à saúde humana e ao meio ambiente

A bióloga Dayane Castro, doutora em Biodiversidade, destaca que as queimadas geram consequências graves para o meio ambiente e a saúde humana devido à inalação de fumaça. “Para o ser humano, a respiração desses gases poluentes pode levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias. Já no meio ambiente, os efeitos são ainda mais devastadores. Animais perdem seus habitats e, sem tempo para escapar, muitos morrem queimados”, explica. Além disso, com a destruição dos habitats, os animais sobreviventes podem migrar para áreas urbanas, causando novos desequilíbrios ecológicos. O impacto não se restringe à fauna terrestre: rios e peixes também sofrem com a destruição do ecossistema, abalando toda a cadeia alimentar.

foto por: Andréia Azevedo

Efeito estufa e crise climática global  

Waldo Pinheiro Troy, gerente de fauna silvestre da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, reforça que as queimadas têm um efeito devastador não apenas local, mas também globalmente. “As queimadas aumentam a concentração de substâncias no ar, agravando o efeito estufa e contribuindo para a crise climática global. Além disso, o solo perde sua camada viva, prejudicando a agricultura e a capacidade de recuperação dos biomas”, afirma.

O gerente Waldo Pinheiro ressalta também que as queimadas desorientam e matam diversos animais. A fumaça asfixia aves e mamíferos, enquanto répteis e anfíbios, com menor mobilidade, são os mais atingidos pelo fogo. Ele destaca que muitos animais acabam morrendo mesmo após conseguirem escapar do fogo inicial, devido à gravidade das queimaduras e à intoxicação pela fumaça.

Informações detalhadas sobre incêndios em todo território nacional: https://terrabrasilis.dpi.inpe.br/queimadas/portal

O combate às queimadas em Tangará da Serra

O Tenente-Coronel Rafael Corrêa dos Reis, comandante da 6ª região do Corpo de Bombeiros, descreve os desafios enfrentados pela equipe durante os incêndios de agosto de 2024. Um dos focos mais críticos foi um incêndio que começou na região do Jardim dos Ipês e se alastrou, levado pelo vento, até o município Nova Olímpia. “Foi um incêndio atípico que nunca tinha acontecido antes. Combatemos as chamas por quatro dias, com o apoio de militares de folga e proprietários rurais”, relata o comandante.

Esse incêndio destruiu uma área equivalente a 25 mil campos de futebol, impactando diretamente a produção agrícola e a vida silvestre. Felizmente, o esforço coletivo conseguiu extinguir o fogo, mas os danos ambientais permanecem visíveis.

As autoridades e especialistas alertam para a necessidade de medidas preventivas eficazes, visando proteger tanto o ecossistema quanto a saúde humana.

Reportagem por: John Muller / Texto: Mauciene Nunes

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