Fogo no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães ameaça motoristas e gera alerta

Fumaça densa compromete visibilidade e coloca em risco quem passa pela região, enquanto bombeiros tentam conter o fogo

Chapada dos Guimarães, 19 de setembro de 2024 – Um incêndio atingiu o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, na tarde da última quinta-feira (19) próximo da ponte do rio Paciência, cerca de 5 km antes do Complexo Turístico da Salgadeira. As chamas, que se alastraram rapidamente pela vegetação seca da região, chegaram a ameaçar motoristas que trafegavam pela rodovia MT-251, principal via de acesso ao parque.

Bombeiro combatendo incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Foto: Diones Krinski

O fogo começou no início do dia e se espalhou devido aos ventos fortes e altas temperaturas, comuns nesta época do ano. Segundo pessoas que passavam no local, a fumaça densa reduziu significativamente a visibilidade na estrada, obrigando os condutores a diminuir a velocidade ou até mesmo parar os veículos por medida de segurança.

“A fumaça era tão forte que mal dava para enxergar a estrada. Foi desesperador passar com o carro bem ao lado do fogo”, relatou William (30), passageiro que passava pelo local, como podemos escutar no áudio a seguir:

Equipes do Corpo de Bombeiros, juntamente com brigadistas da Defesa Civil e voluntários da região, foram mobilizados para ajudar a conter as chamas.

“Estamos enfrentando dificuldades devido à intensidade do vento, que muda de direção e espalha o fogo para novas áreas. Nossa prioridade no momento é manter a rodovia segura para os motoristas”, afirmou o comandante do Corpo de Bombeiros.
Brigadistas e equipe do Corpo de Bombeiros atuando no combate ao fogo. Foto: Diones Krinski

Além disso, as condições climáticas, com baixa umidade e falta de chuvas, dificultam o controle total das chamas, e as equipes permanecem em alerta máximo. O incêndio deste dia 19 de setembro é mais um episódio preocupante da série de queimadas que têm devastado áreas naturais importantes no Brasil, colocando em risco o ecossistema local e a segurança de quem transita pela região.

Autoridades locais alertaram sobre a gravidade da situação e recomendam que motoristas evitem a área sempre que estiver ocorrendo algum caso de incêndio, até que o fogo seja completamente controlado. A luta contra o fogo no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães é um lembrete alarmante dos desafios enfrentados nas questões ambientais e de segurança pública.

As causas deste incêndio estão sendo investigadas, mas não descarta a possibilidade de ação humana indireta, pois onde o fogo passou foi possível observar muitas latas e garrafas de vidros jogadas nas laterais da rodovia. Então possivelmente devido ao descarte inadequado das garrafas de vidro na vegetação lateral da rodovia, pode fazer com que as garrafas concentrem raios solares e criando o efeito de uma lupa, que quando reflete esses raios do sol em uma vegetação seca pode dar início à combustão. Esse descuido ao jogar garrafas nas matas, pode ser o foco dessa e de diversos outros casos de incêndios que tem ocorrido na região.

Até a publicação desta matéria, não havia relatos de vítimas ou danos materiais a propriedades próximas, mas o avanço das chamas preocupou as autoridades, que conseguiu controlar o incêndio no início da noite. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, conhecido por suas formações rochosas e biodiversidade, já vinha sofrendo com focos de incêndio desde o início da estação seca, intensificando o alerta ambiental na região.

Além de colocar vidas humanas em risco, incêndios em áreas de preservação, como o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, representam uma ameaça devastadora à fauna local. Diversos animais são frequentemente encontrados mortos após eventos como esse, vítimas das chamas que consomem seu habitat natural. Muitos, incapazes de escapar a tempo, sucumbem ao calor e à falta de oxigênio, agravando ainda mais a tragédia ambiental.

Serpente morta pelo fogo que atingiu a região. Foto: Diones Krinski

Tangará da Serra encoberta por fumaça

Nesta quinta-feira (19) o céu de Tangará da Serra voltou a amanhecer encoberto pela fumaça. O último registro da forte fumaça havia acontecido no último sábado (14), por volta das 18h, quando uma forte ventania espalhou a fumaça por toda a cidade, invadindo inclusive as casas.

Segundo informações do comandante da 3ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros, Capitão Caíque Xavier, a fumaça que cobre a cidade é decorrente das queimadas que acontecem em todo o país, sobretudo de queimadas que acontecem em municípios vizinhos.

Início das chuvas podem trazer alívio para a região

A previsão do tempo indica a possibilidade de chuvas nos próximos dias, o que pode ajudar no controle do incêndio e trazer alívio para a região. Algumas cidades vizinhas ao Parque Nacional, como Primavera do Leste, registraram precipitações no mesmo dia do incêndio registrado no parque. Com a chegada das chuvas, é esperado que os focos de incêndio diminuam consideravelmente, facilitando o trabalho das equipes de combate.

Chuva chega em Primavera do Leste e em várias cidades do MT. Foto: Diones Krinski

No entanto, o impacto ambiental causado pelo incêndio ainda preocupa. Em áreas de preservação como o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, incêndios dessa magnitude resultam na morte de animais silvestres, agravando o desequilíbrio ecológico local. Espécies que habitam a região, muitas vezes sem chance de escapar, sofrem com a perda de habitat e são diretamente atingidas pelas chamas.

Como proceder em caso de novos incêndios

Caso aviste um foco de incêndio ou precise relatar uma emergência, entre em contato imediatamente com os seguintes órgãos:

Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT):
Telefone: 193
Site: www.bombeiros.mt.gov.br

Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA-MT):
Telefone: (65) 3613-7200
Site: www.sema.mt.gov.br

Polícia Ambiental (PMMT):
Telefone: 190 ou (65) 3613-7225

É fundamental que a população colabore ao relatar focos de incêndio o mais rápido possível e siga as recomendações das autoridades para minimizar os riscos à vida e ao meio ambiente.

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| Repórteres: Ana Lúcia Andruchak, Cristiano Barreto e Beatriz Tavares
| Fotos: Diones Krinski
| Revisão: Diones Krinski

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