
Maria das Graças Souto é mãe, esposa, advogada, professora, multiprofissional. Goiana, nascida em Mateira – atualmente cidade de Quirinópolis –, mora em Tangará da Serra desde seus 8 anos. Se referindo ao advogado em que se inspirou, Graça afirma que sonhava em ser como ele: “eu pensava que um dia eu queria ser isso, mesmo sem saber exatamente o que era ‘isso'”. Formou-se em Direito pelo Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), e atuou como Assessora Jurídica e Secretária de Administração de Tangará da Serra. Foi a única mulher a ocupar o cargo de presidir a OAB de Tangará da Serra.
Sempre ativa, trabalhadora, Graça nos conta um pouco da sua vida, desde sua chegada em Tangará da Serra.
Por que escolheu o direito?
– Eu tinha uns 16 anos, e lidava com o advogado da imobiliária que eu trabalhava. Quando eu o via falando tão bem, e pensava que queria ser como ele, mas achava que era impossível, porque aqui em Tangará da Serra não tinha nenhum curso superior.
Como foi o período da faculdade?
– Quando eu terminei o ensino médio, falei para o meu pai que queria estudar. E fui morar com minha tia, em Dourados (MS). Fiz seis meses de cursinho. No ano seguinte, 1987, ingressei no curso de Direito. Foi uma situação interessante, que eu lembro, porque 1987, nós estudamos pela Constituição anterior (1967). Eu comecei pela Constituição anterior e durante o curso mudou para a Constituição nova (1988). Lá em Dourados eu fiquei um tempo morando com minha tia e depois fui morar em uma casa com outras cinco pessoas.
Depois da faculdade, como foi?
– Voltei para Tangará da Serra, e fui convidada para trabalhar na prefeitura como assessora jurídica. Fiquei por doze anos, enquanto conciliava como advogada. Atuei também como assessora nas prefeituras de Nortelândia e Arenápolis. Entre 2013 e 2020, fui Secretária de Administração do Município.
De 1999 a 2000, a senhora foi presidente da Subseção da OAB de Tangará da Serra. Como foi?
– Compus a chapa como vice-presidente. Fomos eleitos e ainda no começo da gestão o presidente precisou se mudar para Cuiabá, quando me assumi o cargo de presidente. Na época só existia uma sala da OAB na Justiça do Trabalho, mesmo assim junto a recepção. No meu mandato solicitei a separação da sala, também uma sala no Fórum, e mobiliamos as duas salas também. Solicitei uma doação da prefeitura para a construção da sede. A princípio seria onde é o estacionamento de um banco que fica ao lado da Caixa Econômica, mas por questões de acessibilidade, trocamos para uma área perto do Banco do Brasil, ao fundo. E em outra gestão, foi realizada uma nova troca, agora para onde é a atual sede.
Depois da presidência da OAB de Tangará a senhora foi ser professora, como foi essa mudança?
– Em 2003, quando eu ainda estava nas prefeituras, um colega me convidou para dar aula. Naquela época não tinha como disponibilizar material para os alunos, era um “tubo de ensaio”. Se não fosse a docência, eu não teria me realizado tanto. Você tem alunos que te instigam a estudar, isso traz um propósito, metas e objetivos. Acho que a docência é uma troca. Você ver a realização da pessoa, ela crescendo, pessoal e profissionalmente, dá um brilho no olho.
Qual o sonho hoje da Graça?
– Meu sonho é realizar os sonhos dos meus filhos. Eles são tudo na minha vida. É um amor diferente. Além disso, buscar mais minha religiosidade. Pessoas como minha mãe, que tem tanta fé, me inspiram. Família é tudo. Se eu sou uma pessoa que luta, que batalha, pelos meus filhos, eu faço o dobro.