Exercícios em clima seco: como os praticantes de Tangará da Serra se adaptam?

Com uma das mais severas secas dos últimos anos, Tangará da Serra enfrenta desafios diários que vão além da escassez de água. A baixa umidade do ar, aliada às queimadas frequentes na cidade e região, tem gerado um cenário preocupante. Nesta semana, um incêndio iniciado próximo ao Anel Viário se alastrou, consumindo reservas ambientais e chegando até Nova Olímpia, resultando em uma densa nuvem de fumaça que encobriu a cidade.

O impacto do clima seco nos treinos

A rotina de exercícios de muitos moradores de Tangará da Serra foi severamente impactada pelas condições climáticas. Ruan Carlos, praticante de musculação, relata as mudanças em sua rotina: “Bebo muito mais água nesse tempo seco. A suplementação continua igual, mas reduzi a frequência do cardio. Sexta-feira, com aquela fumaça, eu não treinei. O horário de treino não mudou, mas percebi que o movimento na academia está menor. Esse tempo seco influencia meu rendimento.”

Para Vagner Barreto da Silva, acadêmico de educação física que já trabalha na área há mais de dois anos, o clima seco exige adaptações específicas nos treinos. “O tempo seco muda bastante o treino das pessoas, porque elas se cansam muito mais rápido. Nesse período, a principal alteração que fazemos é aumentar o tempo de descanso e garantir que a climatização do local de treino seja adequada. Treinar em um ambiente bem climatizado faz toda a diferença, principalmente agora, com o tempo tão seco.”

Já os praticantes de atividades ao ar livre, como Lailso Bento, que treina calistenia, enfrentam desafios ainda maiores. “Essa semana, por conta da seca, meu rendimento caiu bastante. Treinar ao ar livre durante a noite, quando a fumaça está mais forte, é desgastante. A hidratação se torna ainda mais essencial. Eu prefiro treinar ao ar livre do que em um ambiente fechado, mas as condições têm sido complicadas.”

Dados alarmantes e cuidados necessários

O Mato Grosso está entre os estados com maior número de focos de incêndio, segundo o monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre 1º e 28 de agosto de 2024, foram registrados 11.992 focos no estado. Em Tangará da Serra, a previsão para hoje, 30 de agosto, indica umidade do ar em apenas 5%, com temperatura mínima de 23°C e máxima de 37°C. O restante da semana também prevê umidade do ar de 5%, o que agrava ainda mais as condições para a prática de atividades físicas ao ar livre.

As autoridades de saúde têm alertado para o aumento de doenças respiratórias durante a estação seca, especialmente devido às queimadas. Esses temas serão destaque no próximo webinário de temas emergentes na Atenção Primária à Saúde (APS), marcado para 16 de setembro, que também abordará as consequências das queimadas para a saúde.

Recomendações para treinos seguros

Com a baixa umidade e o excesso de fumaça, especialistas recomendam uma série de cuidados para quem não quer abandonar os treinos. Manter-se hidratado é crucial, assim como escolher horários menos críticos para exercícios ao ar livre, como o início da manhã. Em casos extremos, optar por treinos indoors, em locais bem ventilados ou climatizados, pode ser a melhor escolha.

Essas adaptações são essenciais para evitar problemas de saúde, especialmente respiratórios, que tendem a aumentar durante períodos de seca severa. O ajuste na rotina de treinos pode ser a diferença entre manter a saúde em dia ou sofrer com as consequências do clima adverso.

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