Tangará da Serra, cidade que completa 49 anos em 13 de maio, vive uma das suas maiores expressões de identidade e união na tradicional Festa dos Estados. Este evento, que há mais de quatro décadas celebra a pluralidade cultural do município, é muito mais do que uma simples festividade; é um verdadeiro espelho da história, das raízes e do desenvolvimento da cidade.

A Festa dos Estados nasceu com o propósito de homenagear e valorizar a diversidade cultural presente na população local, composta por habitantes de diversas regiões do Brasil. Ao longo dos anos, ela se consolidou como um momento de encontro, de troca de experiências e de fortalecimento da identidade cultural.
Como explica Angelica, 34 anos, DJ e produtora musical. Tangará é meu ponto de partida. Nasci aqui, me formei como pessoa e como artista. Toco desde 2013. A festa dos estados é quase um ritual de passagem, desde pequena eu ia com a minha família, assistia aos shows, e sonhava em estar no palco. Hoje, poder fazer parte disso e ver as crianças da plateia me olhando como eu olhava os artistas de antes é uma volta completa no tempo com coração cheio.
Para ela, a Festa dos Estados é um momento de energia contagiante, onde a cidade se reúne para vibrar com música, dança e encontros emocionantes. Sua participação na festa, especialmente na apresentação de música eletrônica autoral, representa uma oportunidade de reconhecimento e de mostrar que a cultura local tem espaço e valor. Ela relembra a emoção de sua primeira apresentação na festa, que simbolizou uma porta de entrada para sua carreira e uma conexão profunda com suas raízes. Para DJ Angelica,
“foi como atravessar uma porta simbólica de alguém que sonhava estar ali para alguém que agora faz parte da história da festa”.
A festa é um momento de transformação, de realização de sonhos e de reafirmação de sua trajetória artística.

A valorização dos talentos locais também é um ponto central na celebração, como destaca Adimilson Maezokiwae, nome artítico Yuri Maizon, cantor de 46 anos. Para ele, cantar na Festa dos Estados é uma forma de orgulho e de reconhecimento da história de Tangará da Serra. Sua participação, ao lado do filho Augusto Miguel, reforça a importância de valorizar os artistas da cidade e de fortalecer a identidade cultural local.
Sua apresentação, é realização de um sonho, marcada por letras que refletem fé e esperança, evidencia a conexão entre arte, fé e história das origens indígenas marcante no município. Ele diz,

“a minha conexão com Tangará é minha referência de vida”.
A dimensão espiritual também encontra espaço na festa, através do coral Vozes de Sião, da Assembleia de Deus. Liderado por Felipe Benedetti, 28 anos, bancário. O coral participa com louvores que expressam gratidão e fé. Para ele, a participação é uma oportunidade de agradecer a Deus e de mostrar a força do trabalho coletivo. Ele destaca a importância de divulgar talentos religiosos e de promover a integração entre diferentes religiões e culturas, fortalecendo o sentimento de comunidade. A primeira participação na festa, a escolha dos hinos contou com letras que voltadas ao agradecimento a Deus pela data festiva. O coral, que completa 55 anos é pioneiro, sendo parte da história desse município, nossa participação é o reconhecimento público da nossa arte, cultura e principalmente da nossa fé.
“A reação do público geralmente é de surpresa, alegria e felicidade, pois, o coro sacro tem uma simplicidade minimalista, uma capacidade imensa de penetrar e tocar a alma” conta Fellipe.
A música, seja ela secular ou religiosa, desempenha um papel fundamental na construção de emoções e memórias. A cantora Joelma Mendes, representante do ritmo calypso, trouxe para a festa uma energia vibrante e dançante, que arrasta multidões e reforça a tradição musical do Pará. Sua apresentação é um exemplo de como a festa consegue unir diferentes estilos e públicos, criando memórias afetivas que atravessam gerações.
Para todos esses relatos, fica claro que a Festa dos Estados é muito mais do que uma celebração anual. Ela é um espelho da história de Tangará da Serra, um ponto de encontro de memórias, sonhos e identidades que se entrelaçam na trajetória da cidade. Cada artista, cada participante, cada manifestação cultural contribui para fortalecer o sentimento de pertencimento e orgulho de ser tangaraense.

Para os participantes, a Festa dos Estados é uma oportunidade de reencontro com amigos e familiares, de reviver memórias afetivas e de criar novas experiências. Marco e Lembrança da festa, por exemplo, destacam o papel do evento como ponto de encontro de pessoas queridas e de momentos marcantes, especialmente pelos shows e pela energia compartilhada. Essas lembranças se tornam verdadeiros patrimônios emocionais que atravessam gerações, reforçando a importância de preservar e valorizar essa tradição.
A diversidade de manifestações presentes na festa desde apresentações musicais de diferentes estilos, como o calypso de Joelma, até os louvores do Coral Vozes de Sião evidencia a riqueza cultural de Tangará da Serra. Cada expressão artística reflete a pluralidade de histórias, crenças e identidades que compõem o tecido social do município. Como afirma Felipe Benedetti, a participação do coral é uma forma de expressar gratidão e de fortalecer a fé, além de promover a integração entre diferentes comunidades religiosas.
Em suma, a Festa dos Estados de Tangará da Serra é uma celebração que transcende o simples evento festivo. Ela é uma manifestação viva da história, da cultura e do espírito de uma cidade que valoriza suas raízes enquanto olha para o futuro. É uma oportunidade de reafirmar a identidade local, de fortalecer laços comunitários e de promover o desenvolvimento sustentável através do turismo, da cultura e da economia. E, acima de tudo, é uma celebração do orgulho de ser tangaraense, de suas tradições e de sua pluralidade cultural que enche o céu de cores, ritmos e emoções a cada ano.
Produção Textual: Delciane Santos
Infográfico Genially: Laís França
Linha do Tempo: Lorena Carpanezi
StoryMap: Delciane Santos e Laís França