Profissionais discutem desafios e possibilidades das TVs Pública e Comercial

Debate ocorreu durante 5ª Semana do Jornalismo da Unemat/campus Tangará da Serra

Por Elisete da Silva Santos

À esquerda, o professor Carlos Filho; ao centro, o professor Ulisflávio Evangelista; à direita, Adriano Soares. Os três estão sentados, e Adriano segura um microfone sendo observado pelos outros dois professores.
Profissionais refletem sobre interesse público e audiência na TV. Foto: Gabriel Ramos.

A discussão sobre os desafios e possiblidades quanto às TVs Pública e Comercial ganhou espaço na 5ª Semana de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat)/campus Tangará da Serra. O debate ocorreu na noite de ontem (22), no auditório do Centro Integrado de Pesquisa no Cerrado (CIP/Cerrado), e foi feito por profissionais convidados, que trataram da temática a partir do desenvolvimento do jornalismo contemporâneo.

Participaram da discussão o jornalista e professor Carlos Alberto da Silva Filho, que tem 30 anos de serviço público e atua na TV Educativa de Mato Grosso do Sul, e o jornalista Adriano Soares dos Santos, editor-chefe da TV Centro América (TVCA), afiliada da Rede Globo em Tangará. A mediação foi feita pelo professor doutor Ulisflávio Oliveira Evangelista, da Unemat.

Os convidados discutiram as realidades enfocando as perspectivas de suas áreas. No caso da TV Pública, destaque para a missão social e educativa, e em relação à TV Comercial, enfoque na necessidade de audiência e sustentabilidade econômica para inovação.

Era da informação?

“Como vocês vão sobreviver ao saírem da faculdade? É necessário cuidado com a era da comunicação. A tecnologia tem uma grande relevância hoje em dia e a informação é o bem mais disputado do nosso tempo”, disse o professor, dirigindo-se ao público, formado principalmente por estudantes.

Segundo Carlos Filho, os grandes desafios da Comunicação Pública são qualificação e adaptação, tendo em vista que seu maior objetivo é promover educação, cultura, cidadania e acesso à informação pública. É o que ele e sua equipe tentam desenvolver à frente da TV Educativa de Mato Grosso do Sul, alicerçada na Fundação Estadual Jornalista Carlos Chagas de Rádio e TV Educativa (Fertel), mesclando produções locais e conteúdos nacionais. A entidade também possui um portal de notícias e redes sociais.

“A informação é o bem mais disputado do nosso tempo”, disse o professor

O docente salientou que a tecnologia deve ser compreendida como mediadora de relações e interações que envolvem equipamentos (incluindo os autônomos) e que precisa ser utilizada de forma crítica. “Nunca tivemos tanta informação circulando na sociedade, o que nos leva a indagar se vivemos realmente na era da informação ou da desinformação”, pontuou.   

Desafio diário

Em relação à TV Comercial, o maior desafio é manter uma programação diária que contemple os princípios constitucionais de valorização da informação de qualidade e apoio à sociedade e, de outro lado, garanta bons índices de audiência. Presente há cerca de 60 anos em Mato Grosso, a TVCA tem nos anunciantes sua principal receita financeira.

Grupo de pessoas sentadas e algumas em pé em um auditório.
Estudantes e professores acompanham debate no auditório do CIP/Cerrado. Foto: Gabriel Ramos.

“São inúmeros os desafios, mas temos o respeito da comunidade”, afirmou Santos, reforçando que a emissora procura equilibrar o interesse público do conteúdo jornalístico com a viabilidade financeira da empresa. “São nessas condições que buscamos uma boa audiência, assim como viabilizar inovação e tecnologia para agradar cada vez mais públicos com várias faixas etárias e gostos diversos, sem perder a qualidade do conteúdo ali apresentado”.

Os debatedores apontaram que as TVs Pública e Comercial enfrentam desafios com a fragmentação da audiência e as plataformas digitais. E expuseram que o futuro sugere a busca por novos modelos, reconexão com o público, além da formação dos jornalistas num cenário de constantes mudanças.

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