Durante a 30° Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém (PA), quinta-feira (13), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), lançou o Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU). O projeto visa aumentar a cobertura vegetal das cidades, visto que são insuficientes. Em Nova Olímpia este é um problema que vem se agravando, a cidade perdeu dois locais importantes que eram arborizadas. A praça da igreja matriz e a Av. Olacyr de Moraes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) possui diretrizes que determinam 12m² de área verde por habitante, ou seja, três árvores por morador. Porém, não é o que tem acontecido no município de Nova Olímpia e em outras cidades do estado. Foi sancionada uma lei na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que visa melhorar a arborização urbana no estado e, principalmente, na capital.
A Política Estadual de Arborização Urbana (PEAU), lei n° 839/2024, planeja criar áreas verdes, plantio de árvores em parques e calçadas e promover a educação ambiental. O idealizador da proposta foi o deputado Eduardo Botelho (Uniao), porém, sua aplicação é lenta visto que existem muitas barreiras burocráticas e sociais que provocam o atraso da medida.
Arborização urbana em Nova Olímpia
O espaço urbano na cidade de Nova Olímpia-MT tem perdido cada vez mais sua aparência verde. Segundo Valdeci dos Anjos Gonçalves, que trabalha na Defesa Civil e faz a análise das plantas para a poda em Nova Olímpia, faltam pessoas qualificadas para a manutenção das árvores. As Oitis (espécie de árvores comumente plantadas em áreas urbanas), presente na praça da igreja matriz, estavam todas condenadas. Ele diz ainda que existe a precariedade de materiais para esse cuidado, fazendo com que diminua a vida útil das árvores.
Com dias cada vez mais quentes, tem sido difícil encontrar um ponto verde na cidade para aliviar o calor. E o que sobra em volta são apenas plantações de cana-de-açúcar, algumas árvores avulsas e dos próprios quintais das casas, como a da dona Vanda.
A senhora Vanda Leite de Figueiredo (66), moradora de Nova Olímpia desde o início da cidade, lembra como era antes. “No começo só tinha uma rua, algumas casas e envolta era tudo mato e árvore”. Isso mudou com a chegada da empresa Itamaraty, focada em produzir cana-de-açúcar, tudo o que era vegetação aos redores da cidade virou plantação de cana.
O município teve um aumento na porcentagem de arborização urbana segundo o último censo, porém não é isso que a população tem sentido. A dona Vanda morou por doze anos na fazenda e relembra, “A fazenda era fresca e bonita. Não fazia calor como hoje em dia, era melhor para se viver”. Morando a cerca de 22 anos na cidade, ela diz que sente falta, mas o quintal grande e as plantas ajudam a matar um pouco da saudade.
Praça e Av. Olacyr de Moraes
A praça da igreja matriz e a Av. Olacyr de Moraes tiveram várias árvores retiradas e os locais revitalizados. A avenida se transformou em uma orla com parque para as crianças e quiosques, existem árvores plantadas ao longo da orla, porém ainda pequenas não proporcionam conforto térmico para aguentar o calor. E a praça, que antes tinha uma grande cobertura verde, agora possui apenas grama e cimento.
Em Nova Olímpia o clima varia de acordo com as épocas do ano e pode chegar até os 37°C em épocas de seca. Em vias arborizadas pode ocorrer uma variação de até 10°C comparado a ruas sem árvores.
O clima está seco e o quente, as árvores proporcionam conforto térmico, melhora a qualidade do ar, deixa as ruas mais bonitas e verdes. A arborização urbana não é um luxo, mas uma necessidade e o poder público municipal, estadual e federal devem desenvolver políticas públicas para melhorar a cobertura verde das cidades.
Texto e fotos: Dominik Pereira


