A medicação Ozempic, inicialmente desenvolvido para tratamento de diabetes tipo 2, tornou-se popular entre pessoas que buscam emagrecimento rápido. Mas o uso sem orientação médica pode trazer riscos graves à saúde.
Lançado como uma solução para pacientes com diabetes tipo 2, a Ozempic ganhou notoriedade em 2023, com um público cada vez maior o utilizando para perda de peso. Pessoas atraídas pela promessa de emagrecimento rápido e fácil passaram a fazer uso do medicamento sem prescrição médica. No entanto, a farmacêutica Aline de Paula nos alertam: o uso inadequado da Ozempic pode levar a consequências graves para a saúde.

Devido esse uso desenfreado do medicamento, a Ozempic está sendo deixada de ser comercializada pela indústria farmacêutica, dando lugar a outro medicamento chamada Wegovy, com o mesmo princípio ativo, porém destinado diretamente ao emagrecimento e não mais ao controle da Diabetes.

Wegovy e a relação com doenças no fígado

A medicação Wegovy é o nome comercial para a Semaglutida, outra medicação que vem ganhando destaque desde 2023 no auxílio para a perda de peso em pacientes obesos e com sobrepeso. Um estudo recente apontou que a Wegovy pode ajudar na regressão de doenças hepáticas, como a esteatose hepática. Pesquisadores destacaram que o medicamento pode reduzir significativamente os níveis de gordura no fígado e melhorar marcadores metabólicos. Contudo, assim como a Ozempic, a Wegovy requer prescrição e acompanhamento médico para evitar riscos à saúde.

Semaglutida: o princípio ativo e os riscos do uso sem prescrição médica

O princípio ativo da Ozempic, a Semaglutida, age diretamente no controle da glicose, sendo indicado para pacientes com diabetes tipo 2 e, em alguns casos, para pessoas com obesidade, sob supervisão médica. Segundo a farmacêutica Aline de Paula, o uso da Ozempic requer acompanhamento profissional, tanto para evitar efeitos adversos graves quanto para avaliar se o paciente tem indicação para o tratamento. A farmacêutica Aline de Paula complementa que, quando usado sem orientação adequada, os efeitos colaterais podem incluir desde náuseas, vômitos e diarreias, até complicações mais graves no sistema digestivo. Para ilustrar os perigos do uso sem prescrição, a reportagem ouviu Rita, uma paciente que, preocupada com o peso, decidiu usar a Ozempic sem orientação médica. Ela descreveu a experiência como “uma montanha-russa de efeitos colaterais”. “Achei que seria a solução rápida para perder peso, mas passei muito mal, com náuseas constantes e uma fraqueza que eu nunca tinha sentido antes”, relatou

O papel do farmacêutico e do médico na orientação ao uso

O farmacêutico desempenha um papel essencial na orientação sobre o uso de medicamentos sem receita, garantindo a segurança e a eficácia do tratamento. Ele é responsável por avaliar as queixas do paciente, analisando sintomas e histórico, para determinar se o medicamento é adequado ou se há necessidade de encaminhamento ao médico. Além disso, oriente sobre o uso correto do medicamento, explicando a dose, a frequência e a duração do tratamento, e alertando sobre possíveis efeitos colaterais e interações com outros medicamentos. A farmacêutica Aline de Paula destaca que, para quem deseja perder peso, uma alternativa mais segura é a reeducação alimentar e a prática de atividades físicas.

Além dos riscos à saúde, a Ozempic tem sido alvo de falsificações, uma prática que tem sido investigada pela Polícia Civil no Rio de Janeiro, como mostra uma matéria da CNN Brasil. Segundo a reportagem, medicamentos falsificados ou adulterados circulam no mercado e, em vez de auxiliarem o paciente, podem agravar o quadro de saúde. Conhecer os riscos e limitações da Ozempic é fundamental para evitar complicações graves perigosas. Em vez de buscar soluções rápidas e arriscadas, uma mudança de hábitos, aliada à prática regular de exercícios, traz benefícios duradouros e preserva a saúde.

Texto/Desing: Dalia Estefani Amaral

Fotos e vídeos/áudios: Camila Souza Alves