Adauto Steinbach: a arte como refúgio e resistência

O artista Adauto Steinbach faz da arte um suporte emocional e uma garantia de dignidade
Ateliê do artista plástico Adauto Steinbach. Foto: João Victor

O artista plástico Adauto Steinbach, 50 anos, começou a carreira artística ainda jovem. Natural de Santa Catarina, veio para Tangará da Serra muito cedo e desde então trabalha com as artes. Grande admirador dos trabalhos de Candido Portinari [1903-1962], Steinbach dá aulas de pintura a óleo e em tecido, e também leciona aulas de violão e teclado. 

O artista participou de exposições de arte em Tangará da Serra e Cuiabá, e suas obras já foram vendidas para várias regiões do Brasil e até para outros países. 

Steinbach é músico e possui 60 músicas inéditas. Ele se considera mais estruturado no ramo musical. Segundo ele, a pintura é visual e requer um interesse maior do público, e as pessoas não aprenderam a dar valor na própria cultura. Por isso há uma dificuldade na aceitação do seu estilo. 

Início da carreira

Adauto Steinbach começou nas aulas de artes aos oito anos e despertou curiosidade na família e professores. Aos 14 anos veio o contato com tintas e pincéis e em 1991, aos 16 anos, passou a auxiliar o professor Everaldo no Centro de Cultura de Tangará da Serra.

Steinbach em eu ateliê. Foto: João Victor

O artista já lecionou no projeto Formando um Cidadão (atualmente encerrado) e também nas escolas estaduais Jada Torres, Laura Vieira de Souza e 13 de maio – e nesta também foi instrutor de fanfarra, além de ter ministrado aulas de pintura em tela e de violão. 

Dificuldades

Segundo o próprio artista, ele está na fase de descansar, se aposentar e abrir uma sala em casa para continuar com aulas particulares. Ele possui trombose e é deficiente visual. A vida de artista e PcD não foi fácil: ele sofreu preconceito no mercado de trabalho e não conseguiu um emprego formal de carteira assinada. A arte foi o que trouxe dignidade e possibilidades para sua vida, encontrou em tintas e pincéis mais do que um trabalho, e sim uma forma de ‘ver’ o mundo. Hoje Adauto é concursado.

O futuro ainda o preocupa: não sabe se a aposentadoria vai ser suficiente para cuidar da família e envelhecer com dignidade. Mas ele segue confiante que artistas locais serão mais valorizados e que a cultura brasileira vai alcançar o mundo. 


Texto: João Victor

Edição: Dominik Pereira

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