
A comida é essencial para o ser humano, para além disso, também pode ser sinônimo de afeto e identidade. A Feira Do Produtor Do Centro é um ambiente que reúne 300 feirantes de diversos eixos, lugares, culturas e sociedades diferentes para criar um sentimento: a experiência de acolhimento cultural. Ela agrega a sociedade e participa indiretamente da criação de uma cultura com diversificação do alimento, parte dela se faz por pessoas de família local, que trouxeram o alimento como forma de capital para ajudar em casa, nas despesas e no fim descobriram um amor pela ação de alimentar pessoas. Surge ainda o alimento como um ato cultural vindo de criação de família. O alimento pode criar uma comunidade, não apenas de pessoas, mas de sentimentos.
Moacir Lopes Da Cunha, 57 anos, é empreendedor de uma gráfica faz 20 anos e 19 anos vendendo comida de rua na feira do produtor. Exerce essa função desde uma necessidade para ter uma renda, mas, logo foram obtendo bastante resultado e assim decidiram expandir seus negócios com um nome especial: Barraca Do Ica.
Moacir diz que o fator que mais lhe marcou foi a 19 anos atrás, quando tudo começou, que a família Cunha ficou 5 horas de trabalho e venderem apenas um caldo de cana que totalizava na época 50 centavos. Para ele, o que mais marcou sua trajetória, além das dificuldades, é se sentir como um “pai” para os clientes, ele comenta que foi se adequando conforme o gosto dos clientes e com o passar do tempo diversos clientes comentavam como o seu bolinho de carne lembrava o de uma avó. A barraca do Ica é conhecida como uma casa de família, aquela que acolhe. Moacir possui somente um filho, Moacyr Kaway Conrado Cunha e ele comenta que toda sua infância foi junto com a família na praça, na barraca do seu pai, sempre vendo como o alimento constitui sua família e de outras pessoas.
Seu Moacir questiona o fato dos diversos problemas estruturais que circulam seu local de trabalho e a própria fiscalização, ele comenta que, por diversas vezes em meio ao seu trabalho a fiscalização questiona mesmo com Alvará questões higiênicas.
Tradição que alimenta
Keybor Antonio Da Silva de 28 anos conta um pouco sobre sua trajetória no mundo da comida, ele conta desde o início como a comida o apresentou à sua família. Seu atual trabalho, junto com seu sogro, é uma barraca em frente à feira do produtor, que se encontra aberta desde 1996 criada pelo José. Seu sogro José, conta que começou por criação de família, sua esposa cozinhava e eles decidiram expandir esse negócio, vendendo assim na rua, e hoje esse amor e renda se expandiram tanto que hoje, alimentam diversas famílias.

Keybor conta que, ele passava pela rua e decidiu comer um bolinho de carne que segundo ele, é o alimento que mais vende, e assim, a sua atual esposa e filha de seu José o atendeu e ambos se apaixonaram e desde então ele se juntou a família e se encontra junto trabalhando e alimentando novas famílias. Explica ainda que um dos pilares principais que acontece em sua barraca é o amor que tempera toda a comunidade que consome o seu produto, o amor que participa da criação dos salgados faz toda a diferença.